Estendendo-se através do século XVIII, a Revolução Industrial, foi a mais aguda mudança de percepção da sociedade que nós já tivemos. Diversos fatores reuniram-se e combinaram-se para alterar, de forma irreversível, a vida de todos. Hoje nós estamos exatamente no olho do furacão trazido por uma nova revolução: a internet. A Revolução Online reformou completamente os conceitos do mundo moderno, sendo, talvez, mais importante e transformadora que a Industrial - e isso num período de tempo bastante curto.
"Internet - Rede remota internacional de ampla área geográfica, que proporciona transferência de arquivos e dados, juntamente com funções de correio eletrônico para milhões de usuários ao redor do mundo" é a definição que o dicionário Michaelis traz, mas ela não nos diz quase nada, para falar a verdade. A questão, e própria, internet são muito mais amplas. Elas trouxeram, além de toda sua revolução tecnológica, uma mudança no modo de ser e pensar das pessoas. A rede arraigou-se de maneira profunda em nossos costumes. Trouxe, além de toda sua revolução tecnológica, uma mudança cultural muito forte. O Google é o novo Oráculo, senhor de todas as respostas. Milhões de e-mails são disparados de um lado a outro a cada segundo. Redes sociais criam e destroem relacionamentos humanos com uma efemeridade surpreendente.
A repórter da Revista Galileu Paula Sato não conseguia imaginar-se sem todos esses privilégios da vida contemporânea (assim como todos nós) e propôs a si mesma o desafio de regredir a uma rotina desconectada. A matéria resultante desse desafio (http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG85745-7943-210,00-VIDA+UNPLUGGED.html) é interessantíssima ao explicitar a nossa dependência da internet. Um homem do século XXI sem internet é um homem do século XX sem luz elétrica; é um homem das cavernas sem o fogo.
Obviamente, essa mudança de panorama atingiu todas as áreas de conhecimento. Na Comunicação (e no Jornalismo, mais especificamente) não seria diferente. Os jornalistas se dizem produtores de conteúdo, não interessados no meio onde esse conteúdo circulará. Estão certos, mas não é tão simples. A era da internet é a era da velocidade; todos querem, todos exigem agilidade. As matérias mais extensas, de várias e várias páginas (como as da Revista Piauí, por exemplo) tendem a ficar mais escassas no meio digital. As pessoas não lêem textos longos online, é um fato. A era da internet é a era da concisão; é preciso informar com 140 caracteres.
Mais ágil tem de ser, também, a divulgação das notícias. O portais de notícias precisam ser abastecidos quase que em tempo real. Com um iPhone conectado em mãos a pessoa sabe tudo que está acontecendo no mundo, e as informações do jornal da manhã já são assunto morto e enterrado. O celular de um pedestre já tirou e divulgou a foto que um fotojornalista procura agora.
Mais ágil tem de ser, também, a divulgação das notícias. O portais de notícias precisam ser abastecidos quase que em tempo real. Com um iPhone conectado em mãos a pessoa sabe tudo que está acontecendo no mundo, e as informações do jornal da manhã já são assunto morto e enterrado. O celular de um pedestre já tirou e divulgou a foto que um fotojornalista procura agora.
O ponto mais curioso (e vital) da Revolução Online é a velocidade com que ela se deu. Em vinte anos foram criados todos os conceitos e ferramentas através das quais a internet se disseminou. Vinte anos, na história, é uma quantidade de tempo ínfima – um risco estreito em uma linha do tempo, uma fatia minúscula da história do homem. Vinte anos, na era da web, é uma eternidade. Imaginando o mundo há vinte anos atrás, nos surpreendemos em ver como tínhamos pouco do que nos é indispensável hoje. E é um exercício interessante (e, de certo modo, assustador), imaginar o mundo daqui a mais vinte, trinta, quarenta anos. Essa nova realidade que temos hoje anda é viva e pulsante, ativa e em constante transformação – passível de muitas e muitas outras revoluções.