30 de jun. de 2011

And so it is

Das caixas de som emana a voz de Jim Morrison, emergindo do instrumental atmosférico, lotada em seu tom tenso, com sua língua carregando palavras proféticas, de uma previsão pesarosa: this is the end / beautiful friend / this is the end / my only friend, the end.


O fim.


Um semestre contém 6 meses, tendo aí uma média de 24 semanas, onde se acumulam cerca de 180 dias, trazendo 4320 horas. Se os números são portentosos, vastos, isso é só uma ilusão – como qualquer medida de tempo, eles são distorcidos em sua vivência. Um semestre corre, é um maratonista, um medalha de ouro, Vanderlei Cordeiro de Lima sem o padre irlandês à sua frente. Um semestre corre e escorre, e o nosso já se foi, pra surpresa geral.

Foi um mundo novo, de expectativas, gigantes, algumas cumpridas, algumas torcidas, algumas transmutadas em outras. Nossa rotina virada de ponta cabeça, os estudos transformados em coisas não vistas até então (e até certo ponto as festas também...). Trabalhos novos, dezenas de experiências inéditas alterando o curso dos pensamentos, um sem número de descobertas e conclusões (que deságuam em ainda mais dúvidas, elas sendo essenciais, levando a mais respostas que levam a questões diferentes, num ciclo de apropriação de conhecimento que é, felizmente, infindável).

E agora é o fim.

Mas cada fim é também um começo - um ritual de passagem onde se enterram os ossos e se celebram os nascimentos, a deixa para o retorno.

Essas férias que batem a porta e já insistem para entrar são um pequeno intervalo, o fim do começo, um momento simbólico onde vamos mudando, crescendo cada vez mais, se adaptando cada vez mais, focando cada vez mais e outras coisas que a vergonha da pieguice me impede de listar (mas como não ser piega numa despedida, mesmo que essa seja breve?).

E por falar em música, é Damien Rice que se ergue agora, sua voz alta sobre a base minimalista do violão melancólico: and so it's / just like you said it would be / life goes easy on me / most of the time / and so it's.

E então é isso. Até a próxima, nesse mesmo bat-canal, nessa mesma bat-vida que estamos aprendendo a levar.

Programa de TV

Os tão temidos, tão comentados e, enfim, tão redentores programas:

Alexandre: Grupo 2 - Copa do mundo
http://cyberfam.pucrs.br:16080/labjormanha_2011_1/LabJor2011_1/TV_Grupo_2.html


Luis: Grupo 5 - Jornalismo independente
http://cyberfam.pucrs.br:16080/labjormanha_2011_1/LabJor2011_1/TV_Grupo_5.html

A hora e a vez da televisão (ou como eu aprendi a parar de me preocupar e a simpatizar com uma mídia)

“Não curto TV, não quero fazer”, é o que digo, em looping, a mim mesmo durante a semana. E não é a coisa ideal para se repetir quando, logo ali na curva da esquina que se aproxima mais e mais, se tem um programa inteiro de televisão para se fazer. Ossos do ofício, da faculdade.

Com a única experiência prévia no jornalismo televisivo sendo um capenga boletim informativo apresentado de forma rápida demais, atrapalhada demais, é perfeitamente plausível que haja esse desgosto, essa repulsão às câmeras e luzes e microfones e risco de por a cara a tapa, ao vivo, sem as artimanhas sonoras do rádio, ou os atalhos da linguagem do texto impresso.

E com esses contratempos então. Mudança de entrevistado e de tema na última hora, a corrida contra o tempo, se pudermos apelar a esse clichê.

Tudo pra dar errado.

Aí começa. Não sem antes termos de esperar todos os outros grupos – somos o último. Quando chega nossa vez, somos encaminhados à porta do estúdio, onde temos de esperar os últimos detalhes, o último apertar dos parafusos. Não há nervosismo, porém, só aquela ansiedade pulsante. Um “quero me livrar disso logo” piscando em néon sob as pálpebras cada vez que se pisca.

Com o grupo dividido entre os dois blocos do programa, há cinco pessoas que participam do debate e outras quatro que têm mais dez minutos de espera e tortura mental – e estou entre eles. Mas isso é um hipérbole na verdade: quando mas próximo se chega, mais tranquilo que se fica, e ao final da entrevista, na beira da minha entrada no ar, eu estou absolutamente calmo.

A postos em meu lugar, cercado pelos companheiros de debate, aguardo o sinal do professor/câmera/produtor. Tá lá. Após um breve apresentação da nossa âncora, eu começo, comentando uma resposta de nosso entrevistado (grande Thales Barreto, jornalista de belas iniciativas). Vamos, aos poucos, montando um painel, um mosaico sobre nosso tema, tendo opiniões não exatamente conflitantes, não exatamente divergentes, mas diferentes, que ajudam a por mais ângulos na questão.

A coisa flui, é uma conversa, é quase informal. Vou falando, e compondo as frases com uma cadência que não imaginava possuir diante da ameaçadora esmagadora amedrontadora câmera, que agora já soa até dócil.

E é mesmo uma surpresa, uma dessas imensas, das mais inesperadas, quando a colega de grupo responsável pela cronometragem do tempo avisa que nossos dez minutos se foram e precisamos encerrar. Peraí, como assim? Já? Cadê o tempo que tava aqui?

Corro e encaixo uma frase que acredito ser interessante para o fechamento da discussão. Nossa âncora encerra. A câmera é desligada. Despimos nossa postura formal de proto-Bonners. Foi. Passou.

Mas nem tudo volta ao normal. Há algo que falta: aquele antipatia pela TV que antes havia aqui foi se refugiar em outro lugar. É, ela agora até parece simpática. O video pode ter matado a estrela do rádio (http://en.wikipedia.org/wiki/Video_Killed_the_Radio_Star), mas hein senhora televisão, eu e você, acho que esse é o começo de uma grande amizade, como diria Bogart ao final de Casablanca, desaparecendo na neblina. E eu, e nós, desaparecendo em um fade-out, para refletir a experiência.

Módulo TV - Muito nervosismo, grande experiência

Foi com nervosismo que se cumpriu a minha primeira experiência a frente das cameras de TV. Nao posso falar pelos outros, mas acho que todos compartilharam do mesmo sentimento. No meu caso, o período em que mais perdurou esse sentimento foi antes da entrada nos estúdios, na preparacao para o programa. Após, chegando ao local do programa e observando a entrevista realizada pelos meus companheiros com Carlos Simon, as coisas melhoraram, até que chegasse a minha hora.

Nao posso fazer uma avaliacão muito clara do programa neste momento, pois ainda nao vi o mesmo, óbvio que faltou um pouco (tá bom, faltou muita, afinal era a primeira vez) de experiência, quanto ás questões de tempo e seguranca ao defender as ideias, mas acho que foi muito legal realizar a entrevista e o debate sobre um tema tão relevante no cenário nacional.

De qualquer forma, o que fica é a experiência de ter realizado o nosso primeiro programa, tenho certeza de que todos, mesmo os que nao seguirao pelo caminho do jornalismo, vao guardar com carinho esta lembranca. É complicado fazer TV, foi, de longe o veículo em que me senti mais nervoso, mas valeu a pena o trabalho feito pela equipe e assim, á primeira vista, me pareceu um bom trabalho. Espero que isso se confirme ao olhar o programa.

A preparação antes de entrar no ar

- Ok, nós temos que pensar o programa de TV.
- Bah, esse vai ser complicado.
- É só se organizar direitinho.
- Mas vai ser sobre o quê?
- Boa pergunta. Tem que ser um assunto que esteja em pauta...
- Que tal essas brigas e protestos no DCE?
- É um assunto meio complicado. Difícil de abordar.
- Verdade.
- E a Copa do Mundo? Falar da preparação da cidade e tudo mais.
- Boa.
- A gente pode falar com o João Bosco Vaz, secretário extraordinário da Copa do Mundo em Porto Alegre.
- Fechou.

Conseguido o contato, o secretário é chamado. Porém, há um porém: não há resposta sobre sua disponibilidade.
Duas semanas correm e não há resposta - nervos sobem à flor da pele, unhas são roídas até a base.

É o dia anterior e não se tem certeza sobre nada. Agilizam o possível, mas até mesmo os planos B e C são implodidos.

- Tá, e agora, como nós fazemos?
- Não sei. É melhor mudar o tema, eu acho.
- Já sei! Jornalismo independente!

É conseguido fácil o contato de Thales Barreto, um dos fundadores do jornal Contra-Ataque e editor de vários portais de jornalismo online.
Muda-se a preparação, desanuviam-se os ânimos (mas só um pouco). Agora é esperar.

20 de jun. de 2011

Módulo TV – Preparação

Dentre os meios de comunicação, a televisão é certamente o veículo de maior dificuldade de ser colocado em prática. As gravações do exercício para o módulo TV demonstraram esta dificuldade, pois diante das câmeras a pessoa é visível a outros olhos, que estarão atentos a qualquer falha na leitura do texto ou a qualquer gesto mais brusco da pessoa. Isso passa uma sensação de responsabilidade e uma forte pressão, principalmente á nós, que estamos apenas em nossos primeiros passos neste veículo.

Mas o desafio terá de ser encarado. Um programa de TV, com uma entrevista de 10 minutos e um debate da mesma duração terá que ser colocado no ar na quinta – feira, dia 30. Nosso grupo decidiu focar nas obras para a Copa do Mundo de 2014 e todas as implicações que este tema conduz. As duas semanas disponíveis para pensar no programa servirão para estudar o assunto com o objetivo de ter embasamento para falar sobre. Embora seja bem difícil segurar o nervosismo na hora em que entrarmos no ar.

1 de jun. de 2011

Um gênio, dez taças e o maior time que eu vi jogar

Três Campeonatos Espanhóis (2008 - 09/2009 -10/2010 -11), duas Ligas dos Campeões (2008 - 09/2010 - 11), um Campeonato Mundial (2008 - 09), uma Copa do Rei (2008 - 09), duas Supercopas da Espanha (2009 e 2010) e uma Supercopa Européia (2009).

Esta é a invejável lista de títulos do Barcelona de três anos para cá. Títulos alcançados por uma base que se formou com a chegada do técnico e ex - jogador Pep Guardiola e se consolidou com um estilo de jogo ainda mais impressionante do que as glórias em si.

No último sábado em Wembley, houve a consagração da forma barcelonista de jogar. O clube catalão massacrou o poderoso Manchester United, campeão inglês e visto até então como o único time que poderia derrotá - lo. Não era. Os blaugranas fizeram uma de suas maiores apresentações e como em todos os jogos, ditaram o ritmo, colocaram o United na roda e fizeram com que parecesse pouco os 3 a 1 ao final do embate.

O que impressiona neste Barça é que há três anos é assim. Iniesta, Xavi, Messi e Cia tocam a bola e o adversário corre atrás. E como esse time gosta dela, da estrela do espetáculo, a bola. Tanto que há 185 jogos ela é sempre deles. Sempre de Piqué e Puyol, dupla entrosada e com muito vigor físico. De Daniel Alves, melhor lateral do mundo, qualidade que poucos tem na direita do campo. De Busquets, mais uma cria da base, que dá a segurança necessária para as estrelas jogarem. De David Villa e Pedro, iluminados pelo faro do gol. De Iniesta e Xavi, os dois maestros da equipe, que compartilham da mesma visão de jogo privilegiada e distribuem passes milimétricos da faixa do campo que tanto conhecem. Os dois maestros, mas coadjuvantes. Sim, coadjuvantes. Porque a bola gosta mesmo é dele. Da estrela, do gênio, de Lionel Messi. Certamente o maior jogador da história do Barcelona, o camisa 10 que tem por hábito brilhar em decisões, decidir os jogos, driblar, lançar e arrancar com aquela canhota que tem tudo para ser um dia, maior do que a de Maradona.

Claro que sem o seu comandante, nada disso seria possível. Pep Guardiola faz com que um time de craques no papel seja um time de craques também em campo. O time catalão é armado de maneira perfeita pelo ex - capitão, quando tem a bola, todos sabem o que fazer e nas raras vezes que não a tem se recompõe rapidamente até recupera - lá e propor seu estilo de jogo.

A forma como o Barcelona joga é encantadora, mágica e faz qualquer amante de futebol literalmente babar a frente do monitor. Muito mais do que qualquer título, qualquer recorde, qualquer estatistíca, a força deste time é realmente comprovada quando ele entra em campo. Como Guardiola mesmo disse antes da segunda final de Champions em três anos, o importante independentemente do resultado, era mostrar o seu o futebol ao mundo, reafirmar seu estilo. Reafirmar o estilo que faz história no futebol, a maneira de jogar que por exemplo, já bateu Arsenal e Manchester por duas vezes, venceu outros grandes como Chelsea, Bayern de Munique, Lyon e humilhou o Real Madrid por 2 vezes, nos 6 a 2 da temporada 2008 - 09, e nos 5 a 0 da temporada 2010 - 11, pessoalmente, na maior apresentação que eu vi de um time de futebol.

Que bom. Que bom que a intenção deste esquadrão seja reafirmar seu estilo. Pois assim como o gesto de Puyol ao passar a taça da Europa para o companheiro Abidal, recuperado de um cãncer 2 meses antes, ele já está na história.
Comandado por um dos maiores gênios já formados no esporte. Messi.
Para sempre no panteão dos maiores times da história do futebol.
E toda vez que esse maravilhoso time entra em campo, o lema do clube catalão é honrado e reforçado: O Barcelona é mais que um clube.
Muito, muito mais.
Quem viu, viu, quem não viu, que pena.
Eu vi. É para sempre.